amor às colheres...

podia virar o mundo ao contrário, gritar a plenos pulmões que a saudade me está a matar, que está a consumir a minha alma. podia correr, meter-me no primeiro comboio que surgisse no horizonte e partir sem destino. podia arrancar o meu coração, e guarda-lo numa caixinha, embrulhado com as nossas recordações. podia fechar a caixinha num cofre e dar-te as chaves... ou simplesmente deita-las fora. podia correr para os teus braços e correr o risco de «bater com o nariz no chão». Podia ligar-te neste preciso momento e jogar para ti todo o amor que ferve aqui dentro do meu coração, podia encher o meu peito de coragem e ir de encontro aos teus olhos. Podia mostrar-te o quanto este coração bate forte, forte de saudade. podia dizer que te amo, que o meu coração está feito em saudade, que na minha alma corre vento e que faltas tu no lugar que sempre foi teu. Eu podia... podia tudo isto e o resto... mas o amor não é só o azul do céu, nem as ondas do mar. o amor também paciência, é sacrifício. e eu sei... eu sei que tu já deixaste o passado lá atrás, onde ele deve estar... mas sabes, para mim é mais dificil. eu não consigo, eu juro-te que já tentei... mas ao que tu chamas de passado, eu ainda chama de recordações lúcidas, recordações que ficaram para sempre guardadas no meu coração, tal como ele fez contigo. guardou-te num lugar grande, um lugar que ainda tem o teu cheiro, ainda tem as tuas marcas, as tuas pegadas, um lugar que te pertencerá para sempre. porque faça chuva ou sol, seja dia ou noite, esteja triste ou feliz tu farás sempre parte da minha vida. E se o amor é amar, então eu tenho amor para dar e vender...