you, you and... (me)

 hoje sinto... ou melhor não sinto o meu coração... hoje sinto que me o roubaste sem dó nem piedade, que o levaste contigo, para sempre, sem nunca olhares para trás, sem nunca prenunciares uma única palavra, sem nunca gesticulares qualquer coisa... levaste só, pelo simples facto de o levares... ou talvez porque és demasiado para ele, para ele te perder... triste no final é que quem mais sente a tua falta sou eu... enquanto que por ele aqui andava, eu ainda me sentia viva, sentia sangue pulsar-me nas veias, sentia batimentos sequenciais que me deixam feliz por saber que estava aqui, comigo... agora nem o tenho a ele, nem te tenho a ti... o que me cria um vazio infinito, aqui no teu lugar, no lugar que guardei especialmente para ti, e para as nossas belas recordações... agora ele está vazio, encharcado de saudades infindáveis, de recordações memoráveis, especiais, incríveis e únicas. todos os dias este lugarzinho, chama por ti, chama a plenos «pulmões» por ti, na ânsia de quem sabe tu apareças por entre os caminhos do meu coração e nos tragas de novo para juntos de nós, o «tu», o «nosso nós». Poderia chamar por ti, vezes e vezes sem conta, que nem as paredes do teu coração me ouviriam... foste, foste sem sombras de dúvidas, sem problema nem complicações, foste e encontraste outra forma de viver, outra forma longe de mim e do meu coração. e agora eu e ele temos que aprender também uma forma de viver, longe de ti e do teu coração... Se me perguntares como eu não saberei como te responder, mas se me perguntares onde te encontrar em mim, essa resposta é fácil «no corpo, na alma, na saudade, no olhar, no coração», tu estás em qualquer dos lados, simplesmente porque foste tu que me fizeste passar os melhores e mais fascinantes momentos, porque foste tu o único que me fiz crescer borboletas na barriga, porque foste tu o único que fez o meu coração feliz, porque foste tu o único que tanto eu como o meu coração amamos, porque foste tu e serás sempre tu meu querido... não te esqueças:

continuo aqui, de braços abertos para te receber, quem sabe um dia tu voltes... talvez...