domingo, 27 de março de 2011

todos os dias,

hoje acordei com um vazio a percorrer-me todo o corpo. mal pus os pés no chão, senti-me como se não sentisse o chão. um ligeiro formigueiro, percorreu a minha espinha, e uma ligeira brisa fez eriçar a minha pele. respirei aquele ar matinal, como se nunca mais o sentisse, fechei os olhos e deixei que o meu coração fosse com o vento, ou pelo menos que toda a saudade que lá tinha fosse, fosse com o vento, e me abrisse caminho para poder seguir. naquele momento sentia tudo, menos sensação de liberdade, e aquilo fez o meu coração chorar. pedi, pedi e repeti para ele se acalmar, para ele ficar sossegado, mas ele não me obedecia, e um aperto no meu peito me fez expelir um grande, aliás- grandioso- grito. estava nesse momento, a pairar por cima das minhas sensações. A minha cabeça, essa não parava de dar voltas e mais voltas, sentia-me zonza só das voltas que ela dava. só desejava mais que tudo, que a manhã passa-se e que eu voltasse ao meu estado inicial. O vento parou, mas a dor não amainou. ela se tornou mais forte ainda, e o meu coração esse, se apertava cada vez mais contra o peito. a sensação de vazio apoderou-se de todo o meu corpo... como é possivel fazeres-me sentir tão assim meu querido? como é possivel sentir tanta saudade tua, tanta saudade de te abraçar, de dizer o quanto gosto de ti... a sensação de culpa, sei que vai acompanhar-me para o resto da minha vida, mas será que vou ter também que carregar para sempre toda esta saudade, e amargura? sabes? eu já tentei colocar-te, cá no coração, num cantinho, bem arrumadinho... já escrevi, já ditei e já gritei o verbo amar no passado, mas há sempre algo que falha, algo que me leva a dizê-lo no presente. eu já tentei não pensar em ti, abstrair-me de ti. eu já pensei arrumar-me em malas e ir embora, eu já pensei em desistir, eu já pensei em não pensar. mas á sempre algo, algo que me puxa para ti, mas as nossas recordações. e agora, quando me recordo de tudo aquilo que um dia passamos, o coração aperta e a saudade também. uma sensação de vazio me invade, e eu, como sempre,fecho os olhos e tento não pensar... tal, como faço todos os dias... sem excessão...
todos os dias...

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