sexta-feira, 24 de setembro de 2010

o adeus (...)*




Numa manhã fria de inverno, sai há rua, e fui caminhar . Andei sem rumo, por entre becos, com o frio a cortar-me a pele, e a roupa encharcada devido há chuva que esvoaçava cada vez mais de força . Mas não tive pressa de correr para um abrigo !!! caminhava no mesmo passo, e há medida que caminhava, várias pessoas me perguntavam se queria abrigo, mas eu apenas respondia : " não, obrigado" . e continuava (...) há medida que passava por sitios conhecidos, olhava para lá e fixava por instantes o meu olhar . Mas no mesmo instante, voltava a perder-me na minha mente, e lá ia eu (...) até que (...) lágrimas começaram a emergir, e a chuva cada vez mais depressa fazia o meu coração bater cada vez mais forte . Mas nem assim o meu passo se alterava para um ritmo mais acelarado !!! a minha audição, a minha visão, e até os meus sentidos tinham desaparecido ! Não me sentia ali, naquele espaço . era como se não fizesse parte nem daquele sitios, nem daquele momento ! Então abri os olhos e dei por mim sentada na beira do passeio, com as roupas todas molhadas, a chorar (...) " que parva " disse para mim ! do que me adianta estar aqui sentada ? será que é aqui que vou conseguir conquistar o que quero verdadeiramente ?
" que se dane isto, que se dane as lembranças, que se dane o passado " GRITEI EM VOZ ALTA !
para mim aquele momento foi uma página virada de um livro que quis guardar não para sempre, mas para a eternidade !
Foi então que me levantei, e fui para casa . Fiz de novo todo aquele caminho, como que se o tempo voltasse, mas ele não volta ! mas já não eram as mesmas pessoas, nem as mesmas moradias, nem mesmo os mesmos caminhos . Parecia que nunca tinha passado por ali (...) foi então que percebi que o tempo não pára, ele NÃO ESPERA ! então acelarei desta vez o meu passo, cheguei a casa amarrei em todas as memórias que me faziam sofrer, e guardeis numa caixa, peguei nessa mesma caixa, e atirei-a para baixo da minha cama, para nunca mais ter que a abrir !!!
depois, fui dizer a toda a gente que amo, o quanto são importantes para mim e o quanto me orgulho deles . a seguir fui até há janela, olhei para o por-do-sol, e disse adeus ao meu passado . foi então que as palavras voaram com o vento (...)
agora poderia ir embora desta vida, que iria sem duvida feliz (...)

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